Entrevista com a Coordenadora da Escola Estadual Enio Pipino, Moniky Lyberto sobre as aulas durante a pandemia.
1. Qual foi o maior impacto da pandemia na gestão da
escola?
Eu acho que a questão da evasão escolar por parte dos estudantes, e a falta de comprometimento das famílias na educação dos estudantes diante da escola.
2. Como foi a organização para o retorno com as aulas online?
A organização se deu por meio do orientativo do governo do estado, que quando chega fazemos as adequações necessárias diante da escola. Por exemplo com o retorno híbrido, nós recebemos o orientativo que teríamos de dividir as turmas em dois grupos com 50% do quantitativo do número geral de alunos por sala e esses alunos estudariam uma semana sim e uma não, com os professores fazendo as aulas presenciais e onlines ao mesmo tempo.
3. O desempenho dos alunos que pegaram apostila por não terem internet em casa foi melhor?
Por conta dessa questão de acesso à internet, sim, a gente tinha no começo da pandemia algumas apostilas diferentes, ela era semanal e foram poucos alunos que pegaram essa apostila. Mas por conta da pandemia, muitos pais não conseguiram manter a internet em casa e o número de apostilas aumentou de 60% a 80% a mais. Muitos alunos estavam trabalhando para sustentar a casa e também muitos nos procuravam para pedir cesta básica, porque não tinha o que comer em casa, então a apostila ajudou muito nessa questão de não ter custo. Para quem tem acesso a internet, às vezes nunca nem pegou apostila, está pegando agora por conta que é obrigatório com o retorno. E se não tivesse a apostila a diferença social iria ser gritante, então o ideal seria que todos estivessem com internet, igual foi disponibilizado os computadores para os professores.
4. Melhorou quando começou a volta presencial das aulas?
Sim, melhorou uns 25%, agora a grande questão é a do pessoal que não quer voltar a estudar. Tem um pessoal que acha que vai passar por estar no momento em que a gente se encontra que não vai reprovar e então desaparece! Que é o famoso termo que nós temos de desaparecido, não localizável, não temos número, não temos contato e ele simplesmente some.
5. Na sua opinião, o desempenho dos alunos melhorou ou piorou durante e pós pandemia?
Aí depende da perspectiva! O aluno que queria melhorar que tinha aquele objetivo traçado ele melhorou, agora o aluno que tinha tendência a piorar ele piorou. Por que digamos que assim, com as aulas online os pais não ficaram em casa com o aluno certo? Então ele não tinha controle, às vezes o aluno falava que tava estudando e ele não tava, então começou a ter esses desencontros e os pais só ficaram sabendo quando a gente ligava, claro que isso não é a grande maioria, nós temos os alunos que se destacaram estudando, porém o que mais acontece é esse desencontro.
6. O que acha que precisava ser feito para recuperar os alunos?
Primeira coisa seria que todos tivessem acesso a internet em casa, ai já teríamos recuperado uns 90%, segunda parte um pouco de empenho de todas as partes. Sabe, tanto do estudante em participar quanto do educador de adotar as novas tecnologias para buscar esses alunos porque tudo que é muito repetitivo não conquista a atenção dos alunos, professor tem que ser inovador sempre! E o empenho da família de impulsionar o aluno!
Aluna: Fernanda Gervasio Tischler
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