“Convidar as pessoas a refletir sobre a realidade que está a sua volta, esse é o papel da filosofia’’, diz Professor Jeferson de Moraes Reis sobre a disciplina que leciona na EE Ênio Pipino
"Penso, logo existo", "só sei que nada sei" são frases de grandes filósofos que com certeza já ouvimos em algum lugar. Esses pensamentos são ditos há séculos, há milênios. E claro, não é por menos, esses filósofos transformaram a história da humanidade com suas ideias, conceitos e pensamentos.
A filosofia hoje é considerada por muitos a mãe de todas as
ciências, a sua importância na história é inegável, por isso o ensino dessa
matéria nas escolas é importante para a criação da reflexão e o pensamento
crítico dos alunos.
Assim convidamos o nosso atual professor de filosofia,
Jeferson De Moraes Reis, que apesar de ser bastante jovem, apresenta uma
didática muito boa, um enorme carisma e também grande conhecimento sobre a
filosofia para debatermos sobre sua vida acadêmica e também sobre a filosofia
em geral.
O que fez você
escolher filosofia? Algo te influenciou?
No primeiro momento, a escolha para filosofia não foi algo
partindo de mim! Pois, como eu queria ser padre, entrei em um seminário e
consequentemente no seminário você tem que fazer as faculdades de filosofia e
de teologia, assim eu fiz 3 anos de filosofia e 3 anos de teologia. E após
isso, por motivos pessoas, tive que deixar essa caminhada vocacional, mas a
essa altura eu já estava apaixonado pela filosofia, e assim, não foi uma
escolha própria de início, ela veio mais porque tinha que fazer. E foi algo que
no fundo eu acabei me apaixonando, principalmente quando falam dos antigos e
dos medievais. Os modernos eu não sou muito fã! Mas os antigos e medievais são
os meus favoritos.
Durante a faculdade o
que fez você se apaixonar mais por essa profissão?
Eu acho que em todos os cursos no início a gente fica meio
receoso, porque a gente só tem disciplinas que são mais teóricas, lá no
finalzinho do curso que tem a questão da prática. Eu fiz em São Luís, do Maranhão
e no sexto, sétimo e oitavo semestre a gente já faz os estágios e depois que
temos toda aquela teoria, já teve as disciplinas eletivas e teve as disciplinas
didáticas aonde já faz o trabalho de estágio. E no estágio é onde realmente
vemos que foi pra isso que a gente nasceu.
Depois do término da
faculdade, houve dificuldades? Se sim, quais?
Olha, eu me formei em 2016, então de 2016 até o ano passado
eu não tinha exercido a profissão de maneira mais direta como está sendo agora,
porque ainda não tinha tido a oportunidade, não havia chegado ainda pra mim. Até
então só tinha sido professor em cursinhos preparadores pra Enem e vestibular.
Esse contato com o ensino médio, este ano, está sendo a primeira vez. Então
este ano vocês estão sendo meio que meu laboratório, digamos assim. Mas, assim,
dificuldades mesmo em relação a pandemia porque o fato de ser a primeira
experiência e não ter o contato direto com os alunos. Nossa! Essa foi a maior
das dificuldades até então no trabalho.
E para você, qual é a
importância da filosofia na sociedade?
Olha, sobretudo pelo fato de que nossa sociedade vive em um
regime capitalista, eu percebo que as vezes as pessoas estão sendo mais
educadas no sentido tecnicista sabe?
No sentido de que precisam ser muito mais mecânicos,
que é algo que eu acho que não precisa. Então convidar as pessoas a refletir
sobre a realidade que está a sua volta, que é de fato o papel da filosofia,
acho que é o ideal, por exemplo, em alguns outros países já se fala na
realidade de um ensino de filosofia para crianças desde o ensino fundamental. Claro
que a realidade aqui no Brasil é diferente, mas eu acredito que o exercício do
pensar, de fazer as pessoas pensarem um pouco mais acerca da própria realidade
é que faz com que essa matéria seja cada vez mais importante e necessária.
No novo ensino médio
a matéria filosofia será optativa. Qual a sua opinião?
A disciplina de filosofia não vai ser optativa, ainda vai
continuar existindo só que em menor carga horária. Já se falava a muito tempo
atrás de retirar a filosofia e a sociologia da carga horária. A minha opinião é
que não deveria tirar. Da maneira como está, já não é o suficiente, no sentido de
que a carga horaria ainda é pouca. Então, na minha opinião, deveria deixar como
está. Retirar seria um retrocesso e isso não deveria acontecer.
E para finalizar,
quais os seus planos para o futuro?
Essa pra mim…sempre é uma pergunta difícil de ser
respondida, porque de fato a incerteza e a invisibilidade do futuro, deixa isso
meio incerto, mas assim…enquanto eu sou professor, pretendo continuar na área,
é claro, e me aperfeiçoar cada vez mais, talvez mestrado ou doutorado ou coisas
assim, porque isso só vem a acrescentar, tanto para mim e para meus alunos,
então não estou só pensando na minha carreira, mas também em meus alunos,
porque eu acho que eu poderia dar um pouco mais a respeito da filosofia. Então
desse jeito, eu acho que poderia continuar na caminhada acadêmica também,
titulação de mestre ou doutor em filosofia, seria pra mim um sonho. Eu acho que
isso valeria muito a pena, e principalmente para os meus alunos.
Depois finalizamos agradecendo-o por ter recebido a gente e
por tido paciência conosco. Também desejamos todo o sucesso para a carreira
dele que está apenas no início.
Foto tirada por Ana Célia
Participantes 2 ano B :
Samuel
Felipe Schweig
Maria Carolina Moschen
Lana Caroline Lima
Santiago
Semila Silva Sales
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